Maternidade

Partiu escola: Nossa segunda separação

16 de agosto de 2018

Quando temos filhos vivemos muitas coisas, temos vários pensamentos e preocupações, mas uma delas é pensar o que fazer pós licença maternidade, então surgem as dúvidas: Parar de trabalhar, tentar negociar um home office ou procurar um emprego meio período. Tudo isso para se dedicar o máximo possível ao pequenino(os) que acabou de chegar. Mas nem todos tem o privilégio de escolher, e muitas vezes as mamães precisam continuar trabalhando e com isso começa o estresse, onde ficará os filhotes? Não tem saída, ou fica com um familiar que esteja disponível 10h ao dia, o que é bem difícil, ou coloca na escola/creche.

Eu sempre me programei em colocá-los na escola no 6º ou no 7º mês, na minha cabeça seria muito mais fácil a adaptação nessa idade, afinal são bebês e estão em constantes transformações e aprendizados e esse tipo de mudança causaria menos impacto. Mas nem tudo saiu como planejado, o Gustavo nasceu e manteve baixo peso, e o bichinho ainda por cima dava um trabalhão para mamar/comer, então não poderia correr o risco de piorar a situação do peso, somado com a disposição da minha sogra em ficar cuidando diariamente deles, optamos em mantê-los em casa e contratamos uma babá (que no final saiu financeiramente mais viável).

Enfim, depois disso a ideia inicial era colocá-los com 1 ano de idade, mas acabou que passou o tempo e não conseguimos nos programar, então focamos em buscar um colégio para eles iniciarem na metade do ano, com quase 2 anos de idade.

Visitamos alguns colégios perto de casa, não queria nada distante. Um deles foi indicação de uma colega então já ganhou pontos por isso, e realmente a escola impressionou, pela organização, limpeza e método de ensino lúdico. Muito importante você confiar nos profissionais da escola, caso contrário você pira.

Eu tive dificuldades em me organizar para o início das aulas, são tantas coisinhas para acertar: kit de sono, kit de higiene, material escolar, uniforme escolar… incrível como tem coisas para comprar, e no meu caso em dobro, o custo ficou bem alto.

Chegou o dia, nossa segunda separação, o dia que iniciava uma nova etapa de nossas vidas, muita ansiedade em saber como seria. Bom, o primeiro dia na escola é de adaptação, a adaptação é muito importante, é um período em que os pais e a(s) criança(as) tem para se acostumar com a nova situação, e em quase 99,9% esse momento traz medo, principalmente para a família. É um furacão de dúvidas: Tomamos a decisão correta? Eles estão bem? Estão brincando? Estranharam muito? Estão comendo bem?

Você acha que está preparada psicologicamente mas não está, o coração começa a apertar e você fica com medo da sua reação ao levá-los, é uma sensação estranha de abandono, deixá-los em um ambiente estranho com pessoas estranhas e você tendo que se despedir e ir embora, é muito difícil, apesar da tentativa de se convencer que é o melhor para o desenvolvimento geral das crianças.

Normalmente a semana de adaptação é de uma à duas semanas, mas como ficaram doentinhos no início da semana, iniciamos apenas na quarta-feira, então 2 dias ficaram apenas 2h a 3h e na sexta-feira tentamos deixá-los o máximo que conseguissem aguentar, com isso a coordenadora me ligava a cada instante.
Às 11h: “Oi Luana, eles já almoçaram e comeram X, Y e Z”.
Às 12h30: “Oi Luana, eles dormiram, a Gabi dormiu rápido, mas o Gustavo não, tivemos que balançar um pouco para ajudar.” GRRRRRRR
Às 14:20: “Oi Luana, eles acordaram 14 horas, mas você não mandou o leitinho”. Ãh? Claro que não tinha mandado o leite, achei que essa hora eles já estariam em casa, não imaginei que ficassem tanto tempo. Ela ainda sugeriu para eu ir até a escola levar o leite, mas não aguentava de saudades e falei que iria buscá-los. Hahahaha

Na semana seguinte não tínhamos como ficar disponível, então só buscaríamos em caso de extrema urgência, mas todos os dias que buscamos eles estavam de chupeta e “naninha”, ou seja, estavam chorando e/ou irritados e esse negócio de chupeta o dia inteiro na escola me esgotou no final de semana. Por quê?

Vou explicar: A chupeta e naninha só era acessível no berço, ou seja, quando iam dormir, é uma estratégia para eles irem dormir no horário estabelecido desde do nascimento (a louca da rotina) e dava super certo, mas como estão acostumando com a bendita “pepe” o dia todo na escola, está sendo difícil controlá-los no final de semana e isso bagunça toda a rotina do sono. Eu sei que é o conforto e a segurança deles nesse momento de adaptação, que é bem difícil para eles, mas eu sinto que todos os meus esforços até o momento estão sendo jogados fora, voltando a estaca ZERO.

Além disso tudo, os dois, principalmente o Gustavo, não se adaptaram facilmente, eles choram todos os dias quando o deixamos na escola, e isso dói o meu coração, saio de lá com os olhos cheios de lágrimas e com vontade de pegá-los e levá-los de volta para o conforto de casa. Fico preocupada pensando em o que está acontecendo para que eles estejam tão frustrados, e isso fica pior quando a criança não fala e se manifesta através do choro, a imaginação materna vai longe.

Bom, mas o ideal nessas horas é preparar a criança para o que está por vir, conversar sobre a escola, dizer que no final do dia estaremos juntos e nunca sair de fininho, ou seja, sair escondido da criança, a melhor coisa é se despedir e falar que o dia será de novas brincadeiras e descobertas e nunca passar insegurança, tem que ser firme e forte. Teoria, né, porque na real é bem difícil.

Eu continuo pensando que é o melhor para a criança ir à escola, o desenvolvimento, a socialização e coletividade evolui muito nesses casos, claro que há pontos negativos, mas se formos pensar nisso nunca teremos coragem de deixá-los livres, os manteremos sempre debaixo de nossas asas, que é o que toda mãe gostaria, né.

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